David Meireles
Melhora A Qualidade Dos Teus Flashcards Em 6 Passos
Introdução
O meu nome é David Meireles e fiz a PNA em 2019 e 2020. Quando estudei pela primeira vez, limitei-me a fazer apontamentos, a relê-los e a fazer algumas perguntas, ou seja, fiz um estudo passivo. Este foi o método que adotei na faculdade, mas percebi que não se adequava à preparação para a PNA. Antes de ter decidido repetir a prova, percebi que não o podia fazer utilizando os mesmos métodos. Afinal de contas, não se pode esperar resultados diferentes a fazer o mesmo.
Tive de desconstruir as minhas noções sobre o que seria um estudo adequado, para chegar ao denominador comum das falhas do meu. Decidi investigar sobre os métodos que outros colegas utilizaram, não só em Portugal, como também nos EUA. Esta investigação passou por ler artigos e também, nas horas mais vagas e deprimentes da noite, ver vídeos no YouTube sobre como estudar. Estava na estaca zero, qualquer informação podia ser útil e merecia ser analisada.
Em 2019, senti que trabalhei muito com poucos resultados. Não via uma melhoria nos resultados de exames de simulação mês após mês. Fazia poucas perguntas todos os dias e não sentia segurança nas respostas escolhidas no exame. Acima de tudo, sentia que por cada conhecimento novo que adquiria, estava a esquecer outro mais antigo. Como se o estudo fosse um ciclo interminável de aprender, esquecer e reaprender.
Se isto também acontece contigo, é um sinal de alarme. Sugiro que pares e reavalies a tua estratégia de estudo. Um dos motivos a considerar é o estudo predominantemente por ferramentas passivas (como ler, reler slides e ver vídeos expositivos).
Tive de desconstruir as minhas noções sobre o que seria um estudo adequado, para chegar ao denominador comum das falhas do meu. Decidi investigar sobre os métodos que outros colegas utilizaram, não só em Portugal, como também nos EUA. Esta investigação passou por ler artigos e também, nas horas mais vagas e deprimentes da noite, ver vídeos no YouTube sobre como estudar. Estava na estaca zero, qualquer informação podia ser útil e merecia ser analisada.
Em 2019, senti que trabalhei muito com poucos resultados. Não via uma melhoria nos resultados de exames de simulação mês após mês. Fazia poucas perguntas todos os dias e não sentia segurança nas respostas escolhidas no exame. Acima de tudo, sentia que por cada conhecimento novo que adquiria, estava a esquecer outro mais antigo. Como se o estudo fosse um ciclo interminável de aprender, esquecer e reaprender.
Se isto também acontece contigo, é um sinal de alarme. Sugiro que pares e reavalies a tua estratégia de estudo. Um dos motivos a considerar é o estudo predominantemente por ferramentas passivas (como ler, reler slides e ver vídeos expositivos).
Estudo activo é melhor que um estudo passivo
Estratégias de estudo em que interagimos diretamente com a matéria são geralmente mais consumidoras de tempo e energia no curto prazo, contudo muito mais recompensadoras em retenção e aplicação da matéria.
Fazer flashcards é uma estratégia de estudo que muitos usam para dominar conceitos e melhorar o teu resultado na PNA. Contudo, fazer bons flashcards é uma arte, com certos segredos que devem ser aplicados corretamente para aumentar a sua eficácia. Neste artigo, vamos dar-te ferramentas para melhorar a qualidade das tuas flashcards.
Existe muita investigação científica sobre estudar por flashcards. Quando olhas para um flashcard e pensas na resposta estás a usar uma faculdade cognitiva chamada evocação ativa. Por outras palavras, estás a tentar recordar um conceito, em vez de leres passivamente uma passagem. Estudos científicos[1][2] apoiam que a repetição sistematizada de flashcards facilita a retenção, estes são a forma mais fácil de melhorar a evocação da memória. O racional prende-se na criação de sinapses mais fortes através da exposição repetida, que por sua vez tornam-se mais eficazes a despoletar memórias.
Neste artigo, vamos abordar 6 atitudes para melhorar a qualidade dos teus flashcards.
Fazer flashcards é uma estratégia de estudo que muitos usam para dominar conceitos e melhorar o teu resultado na PNA. Contudo, fazer bons flashcards é uma arte, com certos segredos que devem ser aplicados corretamente para aumentar a sua eficácia. Neste artigo, vamos dar-te ferramentas para melhorar a qualidade das tuas flashcards.
Existe muita investigação científica sobre estudar por flashcards. Quando olhas para um flashcard e pensas na resposta estás a usar uma faculdade cognitiva chamada evocação ativa. Por outras palavras, estás a tentar recordar um conceito, em vez de leres passivamente uma passagem. Estudos científicos[1][2] apoiam que a repetição sistematizada de flashcards facilita a retenção, estes são a forma mais fácil de melhorar a evocação da memória. O racional prende-se na criação de sinapses mais fortes através da exposição repetida, que por sua vez tornam-se mais eficazes a despoletar memórias.
Neste artigo, vamos abordar 6 atitudes para melhorar a qualidade dos teus flashcards.
6 atitudes para melhorar a qualidade dos teus flashcards
1. Usa deleções cloze
Uma deleção cloze é uma frase com partes por completar que são substituídas por reticências. Se estás a iniciar o estudo e a começar a fazer flashcards, pode ajudar a minimizar a informação que colocas no flashcard. Se és um utilizador experiente, é o melhor método de transformar qualquer conteúdo de um livro em material que pode ser estudado em métodos baseados na repetição espaçada.
São fáceis de usar e já foi demonstrado que as deleções cloze tornam a leitura e a aprendizagem de um flashcard mais rápidas, cada vez que o conceito é repetido.
- Por exemplo: No tratamento do EAM com SupraST, fibrinólise só deve ser realizada se o transporte até ao centro com angioplastia primária demorar […]
- Cuja resposta seria: No tratamento do EAMcSST, fibrinólise só deve ser realizada se o transporte até centro com angioplastia primária demorar >2 horas
São fáceis de usar e já foi demonstrado que as deleções cloze tornam a leitura e a aprendizagem de um flashcard mais rápidas, cada vez que o conceito é repetido.
2. Encurta as frases
Todo o material que usas para estudar deve estar formulado da maneira mais simples possível.
Quanto mais singelo um conceito for descrito, mais facilmente a memória é processada quando evocada. Imagina que sempre que quiseres relembrar um facto tens de passar por um labirinto. Para completar o labirinto escolherias o caminho mais curto e fácil. O mesmo sucede a nível celular com as tuas sinapses. Se ativares neurónios diferentes a cada repetição de um conceito por ele ser complexo, estás a tornar o teu estudo exaustivo e ineficaz.
Se considerarmos um flashcard com dois conceitos, serão necessárias repetições mais frequentes para memorizar este flashcard mais complexo. Se dividirmos os conceitos em flashcards diferentes, cada um pode ser repetido ao seu próprio ritmo, diminuindo o gasto de tempo. Apesar de aumentar o número de flashcards, o número de repetições de cada conceito diminui o suficiente para compensar (1) teres esquecido o flashcard complexo repetidamente, (2) repetir sucessivamente em intervalos curtos e (3) memorizar só parte do conteúdo.
Neste contexto é importante aderir ao princípio do minimalismo da informação. Cada flashcard deve ter apenas a informação essencial. Por vezes pode ser necessária informação adicional, quer seja para contextualizar ou relacionar com outros conceitos.
Nesse caso, podes adicionar notas de rodapé!
Flashcard 2: Na marcha diagnóstica da diverticulite a colonoscopia é marcada para >[…] depois do episódio agudo.
É de notar que no exemplo acima as respostas são mais curtas que as perguntas.
Ao usar o formato de deleções cloze é importante ter em atenção o número de deleções. Deve-se usar, no máximo, uma ou duas (caso o mesmo termo não se repita na frase).
Neste caso, como informação adicional a cada um pode colocar-se:
Esta informação é apenas visualizável após revelar a resposta.
Quanto mais singelo um conceito for descrito, mais facilmente a memória é processada quando evocada. Imagina que sempre que quiseres relembrar um facto tens de passar por um labirinto. Para completar o labirinto escolherias o caminho mais curto e fácil. O mesmo sucede a nível celular com as tuas sinapses. Se ativares neurónios diferentes a cada repetição de um conceito por ele ser complexo, estás a tornar o teu estudo exaustivo e ineficaz.
Se considerarmos um flashcard com dois conceitos, serão necessárias repetições mais frequentes para memorizar este flashcard mais complexo. Se dividirmos os conceitos em flashcards diferentes, cada um pode ser repetido ao seu próprio ritmo, diminuindo o gasto de tempo. Apesar de aumentar o número de flashcards, o número de repetições de cada conceito diminui o suficiente para compensar (1) teres esquecido o flashcard complexo repetidamente, (2) repetir sucessivamente em intervalos curtos e (3) memorizar só parte do conteúdo.
Neste contexto é importante aderir ao princípio do minimalismo da informação. Cada flashcard deve ter apenas a informação essencial. Por vezes pode ser necessária informação adicional, quer seja para contextualizar ou relacionar com outros conceitos.
Nesse caso, podes adicionar notas de rodapé!
Por exemplo: Na marcha diagnóstica da diverticulite a colonoscopia:
Cuja resposta seria: Na marcha diagnóstica da diverticulite a colonoscopia:
Estes flashcards são desnecessariamente complexos. Segundo o princípio do minimalismo, ficariam assim:
Flashcard 1: Na marcha diagnóstica da diverticulite a colonoscopia não é feita na fase aguda por […]
- Não é feita na […] por […]
- Marcada para […] depois para avaliação da […] e excluir […]
- Excepto […]
Cuja resposta seria: Na marcha diagnóstica da diverticulite a colonoscopia:
- Não é feita na fase aguda por alto risco de perfuração
- Marcada para 6 semanas depois para avaliação da extensão e excluir malignidades
- Excepto se já tiver sido feito uma no ano anterior
Estes flashcards são desnecessariamente complexos. Segundo o princípio do minimalismo, ficariam assim:
Flashcard 1: Na marcha diagnóstica da diverticulite a colonoscopia não é feita na fase aguda por […]
- Cuja resposta seria: Na marcha diagnóstica da diverticulite a colonoscopia não é feita na fase aguda por alto risco de perfuração
Flashcard 2: Na marcha diagnóstica da diverticulite a colonoscopia é marcada para >[…] depois do episódio agudo.
- Cuja resposta seria: Na marcha diagnóstica da diverticulite a colonoscopia é marcada para >6 semanas depois do episódio agudo.
É de notar que no exemplo acima as respostas são mais curtas que as perguntas.
Ao usar o formato de deleções cloze é importante ter em atenção o número de deleções. Deve-se usar, no máximo, uma ou duas (caso o mesmo termo não se repita na frase).
Neste caso, como informação adicional a cada um pode colocar-se:
- A colonoscopia na marcha diagnóstica da diverticulite deve ser feita para avaliação da extensão e excluir malignidades. Deve ser feita exceto se já tiver sido feito uma no ano anterior.
Esta informação é apenas visualizável após revelar a resposta.
3. Otimiza os teus flashcards
As frases dos teus flashcards devem estar otimizadas de modo a demorares o mínimo tempo necessário para estimular a memória. Isto irá diminuir os erros, reduzir tempo de resposta e ajudar na concentração. Recomendo que qualquer flashcard não tenha mais do que uma frase, sendo que esta não deve ter mais de duas a três orações.
Por exemplo: Se a citologia peritoneal num doente com neoplasia gástrica for positiva, qual é o estadio atribuído a este doente?
Pode ser reduzido a:
Pergunta: Qual é o estadio atribuído num doente com neoplasia gástrica e citologia peritoneal positiva?
Este último é mais simples e direto e por conseguinte é mais fácil de ler e compreender.
Por exemplo: Se a citologia peritoneal num doente com neoplasia gástrica for positiva, qual é o estadio atribuído a este doente?
- Resposta: M1
Pode ser reduzido a:
Pergunta: Qual é o estadio atribuído num doente com neoplasia gástrica e citologia peritoneal positiva?
- Resposta: M1
Este último é mais simples e direto e por conseguinte é mais fácil de ler e compreender.
4. Não memorizes listas
A bibliografia recomendada é rica em listas e estudá-las à queima-roupa deve ser evitado a todo o custo. Memorizar listas consome muito tempo e, muitas vezes, criamos mnemónicas que por sua vez também temos que reter.Para além de selecionares as listas cuidadosamente, deves processar o seu conteúdo de modo a que obedeça ao princípio do minimalismo da informação. Ou seja, deves tentar reduzir qualquer lista ao separar os seus componentes e agrupar ao seu denominador comum.
Por exemplo: Quais são os critérios para intubar um doente com crise asmática?
Resposta:
Esta lista pode ser reduzida a um set de flashcards curto e rápido:
Pergunta: Quais são os critérios clínicos para intubar um doente com crise asmática?
Resposta:
Pergunta: Quais são os critérios analíticos para intubar um doente com crise asmática?
Resposta:
Este método é duplamente lucrativo. Não só estás a otimizar a repetição destes conceitos, como estás a praticar uma forma de estudo ativo. Ao escreveres pelas tuas próprias palavras, estás a reforçar os padrões sinápticos associados a este facto, tornando-se mais fácil de evocá-lo.
Por exemplo: Quais são os critérios para intubar um doente com crise asmática?
Resposta:
- Uso de músculos acessórios
- Diminuição da saturação periférica de O2
- Diminuição do murmurio vesicular (“pulmão silencioso”)
- Estado mental alterado (Glasgow<8) ou exaustão
- Incapaz de falar com frases completas
- Resposta inadequada à terapêutica inicial
- Normalização do pCO2 ou do pH
Esta lista pode ser reduzida a um set de flashcards curto e rápido:
Pergunta: Quais são os critérios clínicos para intubar um doente com crise asmática?
Resposta:
- Uso de músculos acessórios
- Diminuição do murmurio vesicular (“pulmão silencioso”)
- Alteração do estado mental (Glasgow<8)
- Exaustão
- Incapaz de falar com frases completas
- Resposta inadequada à terapêutica inicial
Pergunta: Quais são os critérios analíticos para intubar um doente com crise asmática?
Resposta:
- Diminuição da saturação de O2 periférica
- Normalização do pCO2 ou do pH
Este método é duplamente lucrativo. Não só estás a otimizar a repetição destes conceitos, como estás a praticar uma forma de estudo ativo. Ao escreveres pelas tuas próprias palavras, estás a reforçar os padrões sinápticos associados a este facto, tornando-se mais fácil de evocá-lo.
5. Acaba com a interferência
Quando estudamos conceitos semelhantes, é normal confundi-los. Isto acontece quando memorizamos nomes semelhantes ou muitos números, por exemplo nomes e doses de fármacos.
A interferência pode ser a causa mais comum de confusões e esquecimentos num aluno que usa flashcards. É impossível de prever quando acontece e a única coisa que se pode fazer é detectar, eliminar e reformular. No entanto, tal pode ser prevenido ao descrever os conceitos o menos ambiguamente possível, aderindo ao princípio do minimalismo da informação ou usando pistas com o contexto.
Por exemplo: O síndrome maligno neuroléptico e o síndrome serotoninérgico apresentam ambos frequentemente antecedentes de doença psiquiátrica e clínica semelhante com alteração do estado de consciência e instabilidade hemodinâmica. São aprendidos em capítulos diferentes do mesmo tema e são facilmente confundíveis numa vinheta clínica se não forem bem sistematizados. Isto pode ser colmatado com uma tabela com as diferenças entre os dois ou até com ilustrações dos sintomas que os distinguem.
A interferência pode ser a causa mais comum de confusões e esquecimentos num aluno que usa flashcards. É impossível de prever quando acontece e a única coisa que se pode fazer é detectar, eliminar e reformular. No entanto, tal pode ser prevenido ao descrever os conceitos o menos ambiguamente possível, aderindo ao princípio do minimalismo da informação ou usando pistas com o contexto.
Por exemplo: O síndrome maligno neuroléptico e o síndrome serotoninérgico apresentam ambos frequentemente antecedentes de doença psiquiátrica e clínica semelhante com alteração do estado de consciência e instabilidade hemodinâmica. São aprendidos em capítulos diferentes do mesmo tema e são facilmente confundíveis numa vinheta clínica se não forem bem sistematizados. Isto pode ser colmatado com uma tabela com as diferenças entre os dois ou até com ilustrações dos sintomas que os distinguem.
6. Oclusão de imagens
Já notaste que sempre que desenhas um esquema ou imagem representativa de um conceito, este tem tendência a ser memorizado mais facilmente? Não é coincidência. Os seres humanos evoluíram para aprender e memorizar principalmente através do que observam.
A mesma ilustração pode ser usada para gerar dez a vinte flashcards muito rapidamente. Hoje em dia com a disseminação de organogramas em guidelines e no material de apoio, podes facilmente imprimir ou copiar e colar para criar os teus flashcards com oclusão de imagem. Basta apenas cobrires os itens que queres testar.
Por exemplo, o algoritmo de abordagem à isquémia aguda do membro, da Sociedade Europeia de Cardiologia:
A mesma ilustração pode ser usada para gerar dez a vinte flashcards muito rapidamente. Hoje em dia com a disseminação de organogramas em guidelines e no material de apoio, podes facilmente imprimir ou copiar e colar para criar os teus flashcards com oclusão de imagem. Basta apenas cobrires os itens que queres testar.
Por exemplo, o algoritmo de abordagem à isquémia aguda do membro, da Sociedade Europeia de Cardiologia:


Onde podes fazer flashcards?
Se ainda não experimentaste esta estratégia e gostavas, tens duas maneiras de o fazer.
A primeira é fisicamente em papel: preencher cartões com uma informação de um lado e uma resposta da outra. Outra mais tecnológica é usar uma aplicação como o Anki (grátis) para criar os teus próprios baralhos (ou decks) de flashcards.
A Anki é um programa grátis que permite a criação de flashcards e a sua apresentação repetida e automática, de acordo com um algoritmo de repetição espaçada. Um algoritmo de repetição espaçada baseia-se no pressuposto que flashcards novos ou considerados mais difíceis devem ser revistos mais vezes, enquanto que flashcards mais velhos e menos difíceis devem ser revistos menos frequentemente. É uma forma de educação baseada na evidência.
O que encontrei foi só a ponta do iceberg. Há vários vídeos e artigos, tal como este, dedicados à otimização e construção de baralhos de flashcards. Descobri comunidades online dedicadas à construção de baralhos, criação de programas para melhorar a qualidade de utilização da Anki, e onde as pessoas partilham as suas experiências. Considero esta descoberta essencial para o meu estudo.Para além destas comunidades, descobri canais do YouTube que se dedicam a explicar o funcionamento da Anki, como o Anking. Estes ajudaram-me a tornar o meu estudo mais produtivo, e a articulá-lo com outros materiais, como bancos de perguntas.
A primeira é fisicamente em papel: preencher cartões com uma informação de um lado e uma resposta da outra. Outra mais tecnológica é usar uma aplicação como o Anki (grátis) para criar os teus próprios baralhos (ou decks) de flashcards.
A Anki é um programa grátis que permite a criação de flashcards e a sua apresentação repetida e automática, de acordo com um algoritmo de repetição espaçada. Um algoritmo de repetição espaçada baseia-se no pressuposto que flashcards novos ou considerados mais difíceis devem ser revistos mais vezes, enquanto que flashcards mais velhos e menos difíceis devem ser revistos menos frequentemente. É uma forma de educação baseada na evidência.
O que encontrei foi só a ponta do iceberg. Há vários vídeos e artigos, tal como este, dedicados à otimização e construção de baralhos de flashcards. Descobri comunidades online dedicadas à construção de baralhos, criação de programas para melhorar a qualidade de utilização da Anki, e onde as pessoas partilham as suas experiências. Considero esta descoberta essencial para o meu estudo.Para além destas comunidades, descobri canais do YouTube que se dedicam a explicar o funcionamento da Anki, como o Anking. Estes ajudaram-me a tornar o meu estudo mais produtivo, e a articulá-lo com outros materiais, como bancos de perguntas.
Objetivo Educacional
-
Quer estejas a começar ou já estejas bem avançado, usa deleções cloze: aumenta a rapidez de leitura e de formulação do conhecimento.
-
Adere ao princípio do minimalismo da informação: se dás por ti a esquecer um conceito frequentemente usado, reestrutura, separa e reduz a quantidade de informação nos flashcards.
-
Otimiza os teus flashcards: da mesma forma que reduzes uma equação matemática, tenta ser sucinto na composição dos teus flashcards.
-
Acaba com as listas: listas compridas são difíceis de memorizar e consomem muito tempo. Agrupa itens da lista pelo denominador comum.
-
Reduz a interferência: até os conceitos mais simples podem ser confundíveis se forem semelhantes a outros. Usa o teu tempo para sistematizar e deixar claro as diferenças com tabelas, exemplos, ilustrações ou até referências à tua vida.
-
Oclusão de imagens: Os seres humanos aprendem predominantemente através da visualização e de imagens. A oclusão de imagens é uma maneira rápida e fácil de gerar vários flashcards a partir de uma imagem.
Créditos
- David Meireles
- João Nuno Soares
- André Pita
- Gil Cunha
- Filipa Marques
Fontes
- Taveira-Gomes, T., Prado-Costa, R., Severo, M. and Ferreira, M.A. (2015). Characterization of medical students recall of factual knowledge using learning objects and repeated testing in a novel e-learning system. BMC Medical Education, [online] 15(1). Available at: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4326410/
- Schmidmaier, R., Ebersbach, R., Schiller, M., Hege, I., Holzer, M. and Fischer, M.R. (2011). Using electronic flashcards to promote learning in medical students: retesting versus restudying. Medical Education, [online] 45(11), pp.1101–1110. Available at: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/21988625/
- Supermemo.com. (2021). Knowledge structuring and representation in learning based on active recall. Available at: https://www.supermemo.com/en/archives1990-2015/english/ol/ks
- Ramsay (2020). Are flashcards effective? The top 3 ways they can boost your grades. [online] Brainscape Academy. Available at: https://www.brainscape.com/academy/are-flashcards-effective/

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Bernardo Cavadas
IFE Cirurgia Plástica e Reconstrutiva no CHLC
PNA 2020
PNA 2020
Acredito que o segredo para o sucesso na PNA é levar uma vida equilibrada e relaxada. O exame não tem de ditar a tua vida. Há coisas mais importantes e não as deves negligenciar. Desporto, atividades de lazer, amigos, família, são tudo coisas de que não deves abdicar!
Dá o teu melhor todos os dias e não adies tarefas. Tem o teu estudo bem planeado, estabelece metas a curto prazo e vai cumprindo.
Penso que depois de teres uma boa base teórica, deves focar-te ao máximo em fazeres perguntas. O estudo por slides e outros materiais pode tornar-se extremamente entediante. Quando fazes perguntas, além de ser mais divertido, estás a estudar ativamente e a perceber quais os teus pontos fracos e que merecem alguma revisão no futuro. Além disso, as perguntas tendem a focar-se em aspetos mais importantes da matéria e dessa forma ajudam-te a encaminhar o estudo para que te possas focar no que é verdadeiramente perguntável. Tenta ter um grupo de amigos com quem possas resolver casos clínicos e discutir dúvidas que tenham.
Pensa que não estás apenas a estudar para um exame. No fundo, o que estás a fazer é construir as bases do teu conhecimento em medicina e acredito que o tempo que estás a investir não é em vão.
Conheci o projecto ainda nas suas fases mais embrionárias, quando não passava ainda de uma ideia a divagar na mente de um dos seus criadores, o João Nuno Soares. Pude acompanhar de perto as suas origens e os princípios pelos quais se regeu, de acesso universal e gratuito, com o intuito de ajudar. Por tudo isto, entendi que gostaria de dar o meu contributo ao projecto, daí juntar-me à equipa. O estudo em comunidade, a resolução de casos clínicos, são tudo ideias que o MedApprentice incentiva e são ambas ideologias que acredito funcionarem para a preparação para a PNA e de bons médicos.
Conheci o projecto ainda nas suas fases mais embrionárias, quando não passava ainda de uma ideia a divagar na mente de um dos seus criadores, o João Nuno Soares. Pude acompanhar de perto as suas origens e os princípios pelos quais se regeu, de acesso universal e gratuito, com o intuito de ajudar. Por tudo isto, entendi que gostaria de dar o meu contributo ao projecto, daí juntar-me à equipa. O estudo em comunidade, a resolução de casos clínicos, são tudo ideias que o MedApprentice incentiva e são ambas ideologias que acredito funcionarem para a preparação para a PNA e de bons médicos.
João Cravo
Interno de Formação Geral no Hospital de Vila Franca de Xira
PNA 2020
PNA 2020
Olá, o meu nome é João Cravo, tenho 27 anos e fiz o curso na NMS-FCM.
Estudar para a PNA foi uma experiência única, desafiadora que me fez crescer muito enquanto médico (e que infelizmente me fez ganhar mais alguns cabelos brancos). Como fiz parte da 2ªleva de alunos que fez a prova, ainda não havia muita informação sobre os métodos mais eficazes e os recursos mais pertinentes para fazer face a este novo paradigma. Foi um processo que demorou algum tempo, mas felizmente tive ao meu lado colegas e amigos que partilhavam do mesmo mindset que eu. Esse ano, ensinou-me muita coisa, e quero deixar aqui algumas mensagens/conselhos para vocês:
- Sê fiel a ti próprio e ao teu método de estudo; - Cada um tem o seu ritmo, não vale a pena comparares-te com os outros;
- Esta é uma prova prática, baseada em vinhetas clínicas. Não basta estudar a matéria. É preciso fazer (muitas) perguntas, idealmente logo desde o início do estudo. Não tenhas medo de errar, assim é que se aprende;
- Usa os recursos de aprendizagem americanos (são uma mina de ouro de conhecimento);
- Isto é uma maratona, não é uma corrida. Estar feliz e com saúde física/mental é tão importante como saber responder a perguntas.
Consegui obter um bom resultado (124 na PNA 2020: posição 141º) essencialmente porque centrei o meu estudo na resolução de (centenas) de casos clínicos e utilização de recursos internacionais. Eu sempre partilhei da visão do MedApprentice® para esta prova, por isso, para mim, juntar-me a eles e ao mesmo tempo poder ajudar-vos é um "no brainer".
Qualquer dúvida que tenham, estou ao vosso dispor :)
- Sê fiel a ti próprio e ao teu método de estudo; - Cada um tem o seu ritmo, não vale a pena comparares-te com os outros;
- Esta é uma prova prática, baseada em vinhetas clínicas. Não basta estudar a matéria. É preciso fazer (muitas) perguntas, idealmente logo desde o início do estudo. Não tenhas medo de errar, assim é que se aprende;
- Usa os recursos de aprendizagem americanos (são uma mina de ouro de conhecimento);
- Isto é uma maratona, não é uma corrida. Estar feliz e com saúde física/mental é tão importante como saber responder a perguntas.
Consegui obter um bom resultado (124 na PNA 2020: posição 141º) essencialmente porque centrei o meu estudo na resolução de (centenas) de casos clínicos e utilização de recursos internacionais. Eu sempre partilhei da visão do MedApprentice® para esta prova, por isso, para mim, juntar-me a eles e ao mesmo tempo poder ajudar-vos é um "no brainer".
Qualquer dúvida que tenham, estou ao vosso dispor :)
Mariana Almeida
IFE Cardiologia no CHTV
PNA 2021
PNA 2021
Adorei estudar para a PNA, principalmente porque adotei o lema do MedApprentice de que a preparação para a PNA não é indissociável do estudo para nos tornarmos melhores médicos.
Acredito que se virmos a preparação desse modo, torna-se mais motivador, natural e recompensador. Foi precisamente esta visão que me fez juntar à equipa.
Fruto do "Ultimate Guide" e dos testemunhos do MedApprentice, foquei-me em tentar saber a abordagem inicial/básica das patologias com que provavelmente me iria cruzar na prática clínica e que, portanto, também seriam mais perguntáveis, e persisti em realizar casos clínicos. Por outro lado, a preparação "to the point" do MedApprentice, priorizando tópicos perguntáveis, muito comuns ou muito catastróficos, com um objetivo pedagógico claramente definido, é, sem dúvida, o que faz a diferença entre uma boa nota e uma excelente nota. Os casos clínicos foram o que mais me ajudou na preparação, pois estão muito completos e permitem a reflexão crítica e a revisão teórica.
Acredito que foi o "ouvir" a perspetiva da equipa do MedApprentice, quer relativamente aos métodos de estudo, quer à abordagem de uma vinheta, e estabelecer prioridades que levou ao sucesso. Se pudesse falar com o meu "eu" quando comecei a estudar, diria para ter calma e aprender com todas as experiências do 6º ano e perspetivas dos tutores, para estudar os temas que efetivamente serão úteis para a prática clínica e para a abordagem dos doentes reais e, mais do que estudar muito, o mais importante é ser eficiente no estudo.
Gostaria de ter criado mais momentos de partilha de conhecimento com outros colegas, pois cada um de nós tem uma "bagagem" diferente e podemos crescer muito em conjunto, motivo pelo qual sinto que poderei dar o meu contributo e ser melhor médica ao juntar-me à equipa.
Acredito que se virmos a preparação desse modo, torna-se mais motivador, natural e recompensador. Foi precisamente esta visão que me fez juntar à equipa.
Fruto do "Ultimate Guide" e dos testemunhos do MedApprentice, foquei-me em tentar saber a abordagem inicial/básica das patologias com que provavelmente me iria cruzar na prática clínica e que, portanto, também seriam mais perguntáveis, e persisti em realizar casos clínicos. Por outro lado, a preparação "to the point" do MedApprentice, priorizando tópicos perguntáveis, muito comuns ou muito catastróficos, com um objetivo pedagógico claramente definido, é, sem dúvida, o que faz a diferença entre uma boa nota e uma excelente nota. Os casos clínicos foram o que mais me ajudou na preparação, pois estão muito completos e permitem a reflexão crítica e a revisão teórica.
Acredito que foi o "ouvir" a perspetiva da equipa do MedApprentice, quer relativamente aos métodos de estudo, quer à abordagem de uma vinheta, e estabelecer prioridades que levou ao sucesso. Se pudesse falar com o meu "eu" quando comecei a estudar, diria para ter calma e aprender com todas as experiências do 6º ano e perspetivas dos tutores, para estudar os temas que efetivamente serão úteis para a prática clínica e para a abordagem dos doentes reais e, mais do que estudar muito, o mais importante é ser eficiente no estudo.
Gostaria de ter criado mais momentos de partilha de conhecimento com outros colegas, pois cada um de nós tem uma "bagagem" diferente e podemos crescer muito em conjunto, motivo pelo qual sinto que poderei dar o meu contributo e ser melhor médica ao juntar-me à equipa.
Urmik Mohanlal
Estudante 6º ano de Medicina
PNA 2022
PNA 2022
Candidatei-me à equipa porque acredito no ideal de estudo em comunidade e por ser apaixonado por Educação Médica, o que me cativou a participar num projeto inovador nesta área.
Penso que é um projeto com uma visão que pode mudar a área e bastante diferente dos outros que têm sido constituídos com vista a preparar os alunos para a PNA, pelo que será interessante explorar as possibilidades que possam surgir.
João Nuno Soares
IFE Dermatologia no CHUC
PNA 2019
PNA 2019
Olá, eu sou o João Nuno e fiz, provavelmente tal como tu tencionas fazer se estás a ler esta mensagem, a Prova Nacional de Acesso (PNA).
O meu ano foi o primeiro ano a realizá-la e vivi, tal como muitos continuam a sentir, a incerteza de como me preparar da forma mais eficaz.
Tendo realizado também os exame dos EUA (os USMLEs), onde já é aplicado um estilo de exame muito semelhante à PNA há muitos anos, tive contacto com um caminho completamente diferente e mais produtivo de estudar. Estudar para a PNA não tem que ser um sacrifício. Ter um estudo agradável e activo é mais eficaz.
Considero que esta perspetiva de ter realizado os exames dos EUA (tive 253 no Step 1 e 273 no Step 2 CK - percentil 93 e 97 respetivamente) me deu as ferramentas para ter um resultado melhor na PNA (135 em 150, correspondendo à 2 melhor posição nacional), e aceder à especialidade que queria. É este novo caminho e maneira de estudar que quero partilhar contigo, através das páginas do MedApprentice®.
Francisco Pinheiro
IFG no CHLeiria
PNA 2022
PNA 2022
Juntei-me à Equipa do MedApprentice porque acredito que a mudança de paradigma na educação médica é cada vez mais necessária - uma educação focada no desenvolvimento do raciocínio clínico e não na memorização de informação sem utilidade real.
Maria Teresa Santana
IFE Neurologia no HGO
PNA 2021
PNA 2021
Desde muito cedo no curso, fui sendo confrontada com colegas mais velhos que pintavam o 6º ano como o “pior ano das suas vidas”, numa mentalidade “harrisoniana” que me parecia pouco saudável.
Com a mudança de formato da prova, abriu-se uma oportunidade para encarar o exame de um modo diferente e, no entanto, parecia que as pessoas continuavam a fazer da PNA o marco constitutivo e definidor das suas vidas. Embora não me revisse nesta mentalidade e tivesse felizmente bons exemplos de amigos que tinham sido bem-sucedidos, conseguindo ter um equilíbrio entre as exigências dos estágios da faculdade, o estudo para a prova e a vida fora da Medicina, a verdade é que, por vezes, continuava a sentir que era difícil ir contra a corrente.
Com a mudança de formato da prova, abriu-se uma oportunidade para encarar o exame de um modo diferente e, no entanto, parecia que as pessoas continuavam a fazer da PNA o marco constitutivo e definidor das suas vidas. Embora não me revisse nesta mentalidade e tivesse felizmente bons exemplos de amigos que tinham sido bem-sucedidos, conseguindo ter um equilíbrio entre as exigências dos estágios da faculdade, o estudo para a prova e a vida fora da Medicina, a verdade é que, por vezes, continuava a sentir que era difícil ir contra a corrente.
Assim, foi uma agradável surpresa descobrir o MedApprentice e perceber que havia mais pessoas a reconhecerem que, de facto, o estudo para este exame podia ser bastante gratificante e o foco não tinha de estar na nota, mas acima de tudo no percurso que era feito, não só ao nível da aquisição de conhecimentos médicos, mas também do crescimento pessoal que ia sendo feito durante aquele ano.
Por me ter identificado com a filosofia do projeto e querer retribuir também um pouco do que me tinha sido dado, decidi juntar-me à equipa!
Mariana Cariano Lopes
IFG no HBA
PNA 2022
PNA 2022
O MedApprentice foi algo que descobri quando estava mais em baixo e não conseguia ter forças para estudar. O podcast ajudou-me imenso a ultrapassar este sentimento de culpa de não estar a estudar formalmente, porque aprendia coisas novas, divertia-me e apesar de não parecer, estudava. Juntei-me à equipa porque acredito e identifico-me muito com o conceito do projeto. Estudar não tem que ser chato!
O que me motivou a participar neste projeto foi o facto de o achar um projeto com imensas pernas para andar e no qual eu poderia ajudar e ao mesmo tempo aprender.
O que me motivou a participar neste projeto foi o facto de o achar um projeto com imensas pernas para andar e no qual eu poderia ajudar e ao mesmo tempo aprender.
Afonso Cabrita
Interno de Formação Geral no Hospital do Algarve
PNA 2020
PNA 2020
O guia do Medaprendice deu-me confiança, expôs-me a novos recursos e motivou o meu percurso de estudo.
Gostaria de expor os meus métodos de trabalho e os do medaprendice para a PNA.
Madalena Correia
IFE Dermatovenereologia no CHLN
PNA 2020
PNA 2020
Olá, chamo-me Madalena, tirei o curso na FML, fiz a PNA em 2020 e estou agora a fazer o ano comum no CHLO.
Retrospetivamente, vejo algumas falhas no meu percurso. Primeiro, cheguei a maio e percebi que tinha começado a construir a casa pelo telhado. Tinha usado os livros da bibliografia oficial - livros que os médicos usam para estudar para a especialidade - e sabia pormenores com pouco impacto clínico. Sentia que as bases estavam frágeis.
Depois, houve sempre alguma ansiedade por sentir que o meu percurso era muito díspar da maioria dos meus colegas: não via slides, não tinha feito aulas. Na verdade, sabia que isso não resultava comigo. Mas ainda assim, preocupou-me.
Numa nota mais positiva, sem dúvida que a minha mentalidade me ajudou a superar este desafio. O meu estudo primou por focar o que era importante para os doentes, deu-me imenso prazer e foi um grande consolo chegar ao fim do ano (antes da prova) e pensar que era, efetivamente, melhor médica do que antes de ter começado a estudar.
Depois, mantive um bom estilo de vida, com desporto, saúde, tempo para a minha família e amigos. Dei muita importância à prova mas o meu ano não se resumiu a ela.
Do meu método de estudo, destaco as 3 estratégias que mais me ajudaram:
- Aproveitar as perguntas: fazia um número fixo por dia desde relativamente cedo e, mais do que isso, interpretava-as e tentava identificar as minhas falhas de raciocínio e de conhecimento. Fui registando e sistematizando essas ideias chave (num caderno ou fazendo um flashcard) e esses apontamentos foram fulcrais para melhorar;
- Adotar melhores recursos: sendo a prova nova, no fundo todos estávamos muito 'às escuras' relativamente à melhor abordagem, mas havia quem não estivesse - se os americanos faziam um exame semelhante há vários anos, porque não aprender com eles? ir além da bibliografia recomendada e aproveitar as excelentes ferramentas do USMLE - livros de preparação, vídeos do onlinemed, banco de perguntas da uworld, etc. Ajudam a discernir o fundamental do acessório e a dirigir o raciocínio para o que é clinicamente relevante;
- A mentalidade de crescimento e aprendizagem, de recusar a ideia de um estudo aborrecido e encarar todo o caminho como tendo o destino de me tornar melhor médica.
Descobrir o medapprentice foi, para mim, encontrar segurança, um 'chão', que me permitiu continuar a estudar de forma diferente mas mais tranquila. Encontrei pessoas com ótimos resultados e com uma visão do exame e métodos de estudo semelhantes aos meus, que transmitiam a possibilidade de superar este desafio com sucesso sem dedicar 24h por dia a um estudo infernal. O guia orientou-me, mostrou novos caminhos e recursos sempre em tom de sugestão, propondo que seja o próprio a definir os seus objetivos e métodos para os alcançar. A proposta de introspeção e de mudarmos as ideias pré-concebidas do que deve ser o ano do exame pode ser a chave necessária para chegar muito mais longe.
Juntei-me a esta equipa porque me identifico com os seus princípios e queria partilhar a experiência positiva que tive com os colegas que estudam para a mesma prova e que se deparam com momentos mais difíceis.
Juntei-me a esta equipa porque me identifico com os seus princípios e queria partilhar a experiência positiva que tive com os colegas que estudam para a mesma prova e que se deparam com momentos mais difíceis.
Gosto do desafio dos casos clínicos e de podermos partilhar com outros as 'pérolas de raciocínio clínico' que encontramos com interesse de quem quer saber mais.
Francisco Oliveira Simões
IFG no CHUC
PNA 2021
PNA 2021
Olá, PNAnos, sou o Francisco e, embora eu diga que não, dizem que sou um Coimbrinha. Estudei em Coimbra e realizei a PNA em 2021.
Experimentei uma rica vida académica (pelo menos as partes de que me lembro) e deixei um pouco de mim em tudo quanto me propus, fosse na Queima das Fitas, no núcleo de estudantes ou até numa Comissão de Curso.
Mas estou aqui para vos falar da PNA: o exame (quase parece o nome de uma sequela de um filme de ação dos anos 80, não?). Ou, como costumo dizer, mais um exame na vida de um estudante. Estudar não tem que ser um martírio e, acima de tudo, não deve levar nunca a tua saúde mental ao extremo. Ponderei desistir, não aparecer na prova e fazê-la um dia, “quando calhasse”. Decidi, quase nas últimas - e quem me conhece sabe que preciso de pressão para funcionar! - ir e dar o melhor que podia, sem medos e sem pressão, porque a preparação que tinha feito estaria muito aquém de um bom resultado. Aproveitei as 7282873822 viagens que faço de carro para ouvir o Podcast e naquela fatídica manhã de novembro fui ao exame. Não morri, não sincopei na sala de prova e consegui sobreviver ao after (há quem diga que é mais difícil que a própria PNA!).
Posso-vos dizer que poderia ter corrido muito melhor. Não fui daqueles alunos que estudou 12h/dia durante meses. Não sou o exemplo do aluno brilhante e não sou, sem qualquer rodeio, o gajo que vai ter 150. Mas sou um aluno real, que também pode dar o seu testemunho e dizer que coisas fez muito mal, que coisas fez pior e que coisas fez bem. Por incrível que pareça, a prova correu melhor do que esperava. Saí da sala tranquilo e com a sensação que o melhor que fiz foi tornar a prova em algo que ela não é, nem nunca será: